domingo, 3 de outubro de 2010

A PRIMEIRA VISTA


Minha primeira experiência marcante com o video, foi uma obra que vi na Bienal de 96. Eram três palhaços deprimidos amontados uns sobre os outros, a trilha era apenas o som do palhaços respirando, era pertubador. Mexia com meu ritmo interno. Me dá calafrios rememorar a experiência daquele momento até hoje. Até esse momento a  MTV ainda era soberana nas minhas referências vídeográficas.

Em 2001, já estudante de cinema de animação da Escola de Belas Artes da UFMG, fomos em excursão para a Bienal, não me lembro de nada que tenha realmenteme marcado naquela edição. Uma outra mostra em particular, essa sim, mudou meu interesse pelo  vídeo "enquanto" arte." Estratégias do deslumbramento" que estava em exibição no  predio do Sesi na Av. Paulista. Lá eu vi a video instalação "Memória" de Éder Santos e o vídeo "The Reflect Pool" do Bill Viola. O Trabalho de Éder Santos, abre uma brecha para outra dimensão, tornando-a visível, porém intocável. O Vídeo expandido se concretizava na minha frente com os fantasmas da cristaleira.


Éder Santos / memória


Já com "The Reflect Pool" a relação foi outra, a cada volta no labirinto da galeria, meu olhar cruzava com a projeção . Era como uma pintura que mudava a cada passagem; a paisagem se mantinha, mas ações do personagem nuca eram a mesma. Por fim a curiosidade me venceu e fiquei pra ver o vídeo por inteiro. Em vão, esperei o principio e o fim do vídeo. Não me lembro de sacar o looping, estava imerso na obra em total contemplação, hipnotizado com os efeitos de trucagem cinematográficas absolutamente simples que foram usados no video.    O reflexo desencontra com o personagem que ora caminha, ora flutua congelado no ar, me fizeram perceber que a vídeoarte poderia ser algo divertido e o deslumbre me levou acreditar que eu podia me embrenhar nesse universo.



Bill Viola /  Reflectin Pool

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