O Manual do Zueiro Sem Noção faz seu ataque no Programa 03 de curtas do 9º Olhar de Cinema. Coleciono nesse post críticas sober o curta metragem.
Roberta Mathias em Apostila de Cinema:
O Programa 03 de curtas do 9º Olhar de Cinema trouxe filmes estranhos. Em todos aspectos possíveis. Filmes que carregam em si algo de inconcluso ou muito fora do eixo que esperamos seja dentro da realidade, como acontece em “Alienígena“, ou que transborda de ironia como em “Manual do Zueiro Sem Noção“. Há ainda outro caráter inerente: a negação ou violência extrema que torna o que esperaríamos da realidade social um híbrido entre o que jamais deveria ser imaginado e o que sabemos acontecer. (...)
(...)Fechando a sessão com “Manual do Zueiro sem Noção“, onde, a princípio parece completamente deslocado dos demais filmes, percebemos uma saída para os temas abordados anteriormente a partir do escárnio. Não meramente esdrúxulo, mas politicamente consciente. Ao criar uma narrativa jocosa sobre as atuações políticas, Joacélio Batista ri de si mesmo e de nós, que tentamos por vezes aplicar um discurso político ao que já saiu de domínio. Saiu, mas não deveria ter saído. Ao deixar a política longe do cotidiano, permitimos que outros (sabemos quais outros) se apropriem dos discursos e práticas que deveriam ser de todos.
O curta-metragem o lembra os vídeos iniciais de Leona Vingativa com uma mistura de “Ilha das Flores”, o que por si só, já aguçaria nossos olhares. No entanto, anexa a autozoação política. Perfeito para terminar uma sessão reflexiva nos fazendo rir, para não chorar.
Bruno Tavares em Cinemascope
O objetivo inicial do diretor era criar um filme alegoria que reunisse questões políticas, sociais e culturais por meio dos personagens crianças. Isso foi alcançado de alguma maneira, sobretudo pelo contraste do texto de narração maduro declamado por um dos pequenos. Ainda sim, esperava-se mais peripécias, principalmente quanto à forma, de um curta intitulado Manual do Zueiro sem Noção. Ainda sim é interessante ver as crianças em suas brincadeiras.
Celso Marconi em Vernelho.org
MANUAL DO ZUEIRO SEM NOÇÃO – A direção do filme é do cineasta Joacélio Batista, de Belo Horizonte, e é dele também o roteiro e a fotografia. Quem aprovará certamente essa realização será o performer Daniel Lima Santiago, pois ele segue certos princípios que também são seguidos por Daniel. No filme, são garotos mascarados brincando de esconde-esconde, mas o que se quer mesmo é descobrir formas de contradizer os hábitos arcaicos e que precisam ser modificados. O tom do filme é de bom humor e por dentro das cenas temos enxertos de sátiras e ditos até drásticos.
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